Postado em 03/10/2016 – Fonte: Administradores.com – Por: Alexandre Silva

A contabilidade está se destacando e ocupando cada vez mais espaço dentro das organizações

Em 2015 escrevi um livro digital chamado: Direto Ao Ponto – Um Guia Prático Para Gerir Pequenas e Médias Empresas. Neste livro ao longo dos 16 capítulos fiz um passeio pelas principais áreas de uma empresa no intuito de chamar a atenção do empresário para garantir uma boa gestão.

O texto abaixo é o último capítulo do livro, espero que você goste:

Como fica a questão contábil?

É nesta parte que muitos empresários ficam perdidos, pois é um assunto que a maioria não domina totalmente, então optam por terceirizar esta questão para um escritório de contabilidade.

Até aí tudo bem, porém o que vem a seguir é o que me deixa estarrecido.

Você concorda comigo que esta área é tão importante quanto todas as demais áreas citadas neste livro? Acredito que sim.

Então eu acredito que todo mês você tenha uma reunião com o seu contador para discutir os resultados, tendências e oportunidades, certo? Acho que não!

Segundo o CFC – Conselho Federal de Contabilidade existem atualmente no Brasil 309.074 contadores registrados nos CRCs e 82 mil escritórios ativos. E de acordo com uma pesquisa este número poderá dobrar nos próximos 4 anos. Será que existe demanda para tantos profissionais desta área?

“Existem muitas maneiras de descrever o que está acontecendo com uma empresa, mas seja lá o que diga, sempre se retorna à lingua da Contabilidade.” – Warren Buffet

De acordo com o mega investidor norte-americano Warren Buffet – O TAO de Warren Buffet, de Mary Buffet & David Clark. Rio de Janeiro: Sextante, 2007-“Existem muitas maneiras de descrever o que está acontecendo com uma empresa, mas seja lá o que diga, sempre se retorna à lingua da Contabilidade.” Acredito que a resposta da pergunta acima já está respondida, ou seja, a profissão de contador está cada vez mais ganhando relevância nos negócios.

Porém gostaria de colocar um contraponto nesta afirmação através de uma conversa que tive com um amigo alguns meses atrás, o qual é empresário e cursa MBA na FGV.

Ele comentou que em uma das aulas que participava, um professor fez a seguinte pergunta: “Quem paga mais do que um salário mínimo para o seu contador?” – Depois de alguns segundos para ver quem levantaria a mão, apenas alguns poucos alunos se manifestaram, ou seja, a maioria da classe pagava no máximo um salário mínimo para o seu contador. Então o professor proferiu a seguinte frase: “Vejo que só alguns de vocês realmente contrataram contadores.”

O que ele quis dizer com isto?

É impossível para um profissional contábil fazer uma análise criteriosa recebendo tão pouco, pois o mesmo terá que trabalhar por produção, ou seja, terá que ter um número elevado de clientes para ter um ordenado razoável.

Desta forma, na maioria das vezes ele apenas calcula as guias que você tem que pagar, apenas levando em consideração o regime de apuração de resultados que sua empresa esta enquadrada e o seu faturamento.

Você lembra que falamos que esta área é tão importante como as demais descritas neste livro? É assim que você pretende obter melhores resultados?

A contabilidade está se destacando e ocupando cada vez mais espaço dentro das organizações, pois os empresários começaram a entender que a parte financeira, fiscal e tributária tem igual ou maior importância que o faturamento.

Diante do cenário atual do país, as empresas estão trazendo esta discussão para as mesas de reuniões e já se tornou parte do seu planejamento estratégico.

Permita-me fazer uma breve interrupção neste capítulo: quero trazer um ponto muito relevante para esta questão. Pela experiência que temos, diria que é praticamente impossível ter uma gestão fiscal e tributária eficiente somente com a atuação contábil.

Hoje em dia é comum vermos empresas que além do contador, contratam também um escritório jurídico tributário para elaborar uma “Engenharia Tributária” ou como diz o sócio da KPMG e líder para a área de impostos, Cecílio Schiguematu, em seu artigo escrito para a revista IstoÉ Dinheiro – Os Benefícios da Governança Tributária – ele faz o seguinte destaque :

“A governança tributária tem grande relevância para a saúde financeira e para a competitividade das empresas, pois age de duas formas importantes: Primeiro, preventivamente, assegurando um nível adequado de compliance, com o objetivo de mitigar riscos de autuação pelo simples descumprimento de uma obrigação fiscal.

Segundo, no planejamento estratégico, no qual se realiza um processo contínuo de avaliação dos impactos fiscais de suas operações. Torna-se, então, cada vez mais evidente a importância de esse tema ser tratado por pessoas com profundo conhecimento, fazendo parte das discussões estratégicas.”

Acredito que você já entendeu que a questão financeira se tornou uma questão de sobrevivência para as empresas brasileiras, então recomendo fortemente que invista tempo e dinheiro para desenvolver as habilidades necessárias no mínimo para discutir esta questão com o seu contador, caso tenha condições vou além, já existem escritórios tributários que atuam com pequenas e médias empresas.

Caso não conheça nenhum escritório de confiança, converse com amigos e colegas que já atuam com este tipo de escritórios e peça referência, talvez esteja aí a oportunidade que você tanto almeja. Pense nisto!

Abraço!

Alexandre Silva

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