Para manter colaboradores engajados, comunicação e propósitos bem estabelecidos são essenciais; Confira lista com 7 dicas
Pamela Mascarenhas
A pandemia pode ter promovido alguma mudança nas práticas de Gestão de Pessoas das empresas, mas a estruturação anterior do RH a partir de objetivos e valores bem expressos e absorvidos por toda a equipe, em uma rede de comunicação clara e integrativa, foi primordial para o sucesso de muitos negócios neste período. De acordo com Elizangela de Paula Kuhn, Diretora Executiva da De Paula Contadores [GBrasil | Foz do Iguaçu – PR], contou pontos também a capacidade e disposição do gestor para ouvir verdadeiramente seus colaboradores e a flexibilidade na visão dos processos. Em entrevista ao GBrasil, a Diretora fala sobre as ações estratégicas da De Paula Contadores e oferece dicas aos empresários que queiram garantir engajamento mesmo à distância.
A De Paula Contadores, com certificação pelo Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001:2015, promove treinamentos técnicos e comportamentais constantes aos seus funcionários e oferece o serviço de Gestão de Pessoas para outras empresas, de diferentes áreas e tamanhos. O investimento no engajamento interno é sentindo, inclusive, pelos clientes da empresa de serviço contábil e empresarial. “Nosso manual de conduta e regimento interno já foi enviado para vários clientes. Não temos nenhum pudor em compartilhar as ações que fazemos nesta área porque sabemos que faz a diferença”, conta Elizangela, que também é Diretora do Comitê de Pessoas do GBrasil.
A empresa contábil tem realizado um programa de educação anual, com treinamentos mensais na área comportamental, e, entre outras ações, oferece uma estrutura de comunicação interna muito eficiente e constrói o planejamento estratégico a cada ano, revisão que inclui a participação de toda a equipe. “Tanto o plano educacional quanto algumas questões tiveram que ser revistas neste ano de pandemia, mas o fato de ter os valores muito claros, por ter feito um trabalho muito legal no ano passado de cultura organizacional, fez toda a diferença no período de pandemia. Um dos nossos valores é a empatia, e era o que a gente mais precisava ter agora com o cliente e com a sociedade como um todo.”
- A estruturação e a empatia como chaves para enfrentar a crise
Enfrentar a pandemia com a área de Recursos Humanos e de Gestão de Pessoas estruturada faz a diferença quanto mais claros e integrados estiverem os canais de comunicação internos, os processos, os valores e a cultura organizacional — em um cenário de colaboradores familiarizados com os objetivos da empresa e deles próprios. Para Elizangela, assim fica “muito mais fácil” gerir esta área, mesmo à distância. Uma empresa com o RH desestruturado — com um grupo de trabalho que não saiba direito o que se espera dele e da própria empresa, por exemplo — pode ter suas dificuldades aumentadas em períodos como este, já que a desconexão interna fica maior.
“Vai muito além de controlar produtividade de home office ou de controlar a produção mesmo estando perto. Quando você tem uma equipe com valores muito claros, ela vai ser muito mais empática às dificuldades que o cliente tem, vai estar muito mais focada em ter resultados e agir para que aconteçam”, explica Elizangela.
Outra questão essencial, segundo a Diretora, é a disponibilidade do gestor para ouvir, de fato, as demandas da equipe e as necessidade de cada um como ser humano. “Se o gestor não estiver disposto a ouvir, ouvir verdadeiramente, ele vai ter maiores dificuldades. É preciso flexibilidade para olhar a revisão desses processos em todas as áreas e também na área de Gestão de Pessoas. Com isso tudo, a gente vai conseguir ser o mais empático possível, oferecer o melhor serviço possível na necessidade que o cliente tem.”
- Partindo do início
Elizangela destaca que se uma empresa ainda não tem uma área de Gestão de Pessoas bem estruturada então é preciso “começar do começo”, analisando e respondendo de forma estratégica às seguintes questões:
– Que tipo de organização busca ser?
– Que tipo de empresa quer ter?
– Quais valores são inegociáveis? (por exemplo, sigilo, equipe com foco em resultado, rapidez, segurança na informação, empatia com o cliente)
– O que o empresário busca com este tipo de empresa?
– Quais os valores desta empresa, onde ela quer chegar e quais são os objetivos específicos?
– Como o empresário mede tais objetivos no todo enquanto organização?
Com estas questões estruturadas e definidas, é preciso colocá-las no papel e compartilhar tudo com a equipe. “Quem executa os processos, quem às vezes conhece até melhor o cliente do que a gente, é a equipe. Quanto mais eu envolver a equipe no planejamento estratégico, na definição da cultura organizacional da empresa, na descrição dos processos, mais sucesso e mais facilidade para implementar tudo isso eu vou ter”.
Elizangela apresenta uma lista de dicas básicas sobre Gestão de Pessoas:
1) Defina que tipo de empresa você quer enquanto gestor;
2) Depois tenha muita clareza sobre em quais valores sua organização será pautada;
3) Faça um trabalho com toda a sua equipe desenvolvendo a cultura organizacional em cima dos valores de sua empresa;
4) Tenha canais de comunicação muito claros e abertos com toda a equipe;
5) Envolva a área de Gestão de Pessoas em toda a construção do planejamento estratégico da sua empresa;
6) Quais são os objetivos que você tem com sua empresa?
7) Tendo os objetivos, defina indicadores claros e metas junto com sua equipe pra medição e monitoramento.