Pequenas empresas concorrem a vagas na Olimpíada do Rio

CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

Os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, devem render ao menos R$ 700 milhões ao caixa de pequenos e micro empreendedores que serão escolhidos como fornecedores de serviços e produtos pelo comitê organizador dos eventos esportivos.

A informação é do Sebrae nacional, que mapeou 90 oportunidades de negócios entre as 552 atividades já demandadas e listadas pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) no portal do evento.

Para calcular quanto os contratos com empreendedores de menor porte devem render, a entidade considerou o critério já estabelecido de que ao menos 10% do orçamento dos eventos (elevado de R$ 3 bilhões para R$ 7 bilhões) será destinado à contratação de micro, pequenas e médias empresas, segundo o comitê organizador.

Apesar de a Olimpíada acontecer em 2016, cerca de 75% das contratações de bens e serviços devem ser realizadas neste e no próximo ano.

Na lista de itens que serão comprados constam, por exemplo, 40 mil camas, 12 mil computadores e 24 mil bolas de tênis, além de serviços de logística e fornecedores de nove setores identificados.

Até a semana passada, 1.972 pequenas empresas já haviam se cadastrado no site do evento –quase um terço é do Rio de Janeiro.

A empresa interessada deve se cadastrar no portal do evento (portaldesuprimentos.rio2016.com), cumprir as exigências necessárias e em seguida poderá ser habilitada ou não como fornecedora.

De acordo com os organizadores, há segmentos de negócios em que não há empresas atuantes no país e que precisarão ser desenvolvidos para atender o evento.

NA COPA

Um ano antes da Copa do Mundo, a estimativa era que o evento renderia R$ 100 milhões a cerca de 13 mil micro e pequenas.

No início do mês passado, os números foram revistos, e o balanço final computou negócios que geraram R$ 420 milhões às empresas.

Para ajudar as empresas a se preparar para o evento de 2016, cursos, programas de capacitação e rodadas de negócios já acontecem no país.

Um deles é o Sebrae no Pódio, com investimento previsto de R$ 8,2 milhões até 2016. As empresas que participarem do programa receberão, ao final, certificações que poderão ajudá-las a entrar no mercado internacional.

Melhorar a gestão, adotar critérios que envolvam preocupação com o ambiente na hora de fazer negócios, aperfeiçoar canais de distribuição e de logística, conhecer melhor o cliente e acessar novos mercados estão entre os critérios que devem ser observados pelos empreendedores.

A recomendação é da área técnica do Sebrae, que observou que essas foram as lições que o Mundial deixou aos empreendedores que disputaram negócios em 2014.

“Na Copa, as oportunidades estavam descentralizadas. Agora as demandas estão especificadas em um só portal, com previsão de orçamento destinado ao setor. Quem estiver preparado, se qualificar e atender as exigências terá chance de integrar cadeias produtivas de grandes empresas”, afirma diz Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae.

Se não forem escolhidas diretamente pelo comitê organizador, as empresas ainda têm chance de participar de rodadas de negócios para serem fornecedoras de grandes empresas.

editoria de arte/folhapress

Folha de S. Paulo

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