Postado em 16/05/2018 – Fonte: Jornal do Comércio – RS – Por: Roberta Mello
Presidente destaca importância de projetos como o Sescon Universitário
O empresário contábil Célio Levandovski assumiu, na semana passada, a presidência do Sindicato das Empresas Contábeis do Estado (Sescon-RS). Com o desafio de manter os trabalhos das gestões anteriores, de Jaime Gründler Sobrinho e Diogo Chamun, driblando a redução na arrecadação da entidade com o fim do imposto sindical obrigatório, Levandovski aposta na renovação da equipe, com a presença de mais jovens e mulheres. Além disso, a diretoria passou por uma remodelação no número de vice-presidentes e diretores a fim de garantir uma gestão mais compartilhada e com autonomia de cada responsável. Em vez de um vice-presidente, agora o Sescon tem quatro vices “com mais atribuições e com orçamento próprio para trabalhar nas áreas Financeira, Administrativa, Gestão e Assuntos Legislativos”. As diretorias passaram de sete para três – Educação, Eventos e Jurídica. “Houve uma adequação prevendo o novo momento da entidade. Todos terão mais autonomia e as decisões serão tomadas em conjunto”, destaca o novo representante dos empresários contábeis gaúchos. O dirigente assume em um momento delicado para todas as entidades representativas, patronais ou de empregados, com o fim do imposto sindical obrigatório. A saída para a diminuição na verba recebida, explica Levandovski, é buscar novos associados e buscar “novas modalidades de filiação”, de acordo com o tamanho da empresa e necessidades dos associados.
JC Contabilidade – O tema da sua chapa, de situação, era Novos horizontes. Por que vocês escolheram essa frase e o que deve ter de novo nos próximos quatro anos?
Célio Levandovski – A essência é a renovação, que aconteceu. Por ser uma chapa de situação e, agora, uma sucessão, temos um compromisso com a continuidade de alguns projetos que já tínhamos, mas, principalmente, de poder dar representatividade aos mais de 500 associados que entraram neste período. No início da gestão do Jaime Gründler Sobrinho, éramos menos de 100 associados. E de 230 chegamos a mais de 500 durante a gestão de Diogo Chamun. Agora, conseguimos trazer para dentro da diretoria uma renovação, uma representatividade maior das mulheres, tendo o cuidado também de trazer pessoal da segunda geração dos escritórios. Tem muitos escritórios que o fundador não está mais dentro do escritório ou está em outras funções, que não são tão operacionais. Percebemos que mais de 50% dos escritórios contábeis já não estão nas mãos dos fundadores.
Contabilidade – Como conseguiram chegar aos jovens?
Levandovski – Fomos buscar esses jovens dentro do nosso Grupo de Estudos, que é, ao meu ver, o pulmão da entidade. Também encontramos algumas lideranças jovens dentro do curso de pós-graduação do Sescon-RS, que terminou no ano passado.
Contabilidade – O senhor usa um termo muito em voga, que é representatividade, tanto para os jovens quanto para as mulheres. Como o senhor vê essa busca por pluralidade nos espaços?
Levandovski – Eu vejo isso como um processo natural. Não é favor. Pelo contrário. É dever da entidade dar o peso que efetivamente as mulheres estão tendo dentro da nossa categoria. Hoje, de acordo com o CRC (Conselho Regional de Contabilidade), tem mais mulheres contadoras do que homens. Mais do que isso, o número de mulheres em posições de liderança, que são empresárias contábeis, só aumenta, principalmente entre as jovens. Eu percebo mais mulheres jovens empreendedoras do que homens jovens.
Contabilidade – Você também defendeu, durante a campanha, a criação de um grupo de trabalho para atender as demandas do Interior. Vocês têm pessoas do Interior dentro da diretoria? Como pretender organizar esse grupo?
Levandovski – Dentro da diretoria temos quatro vice-presidentes, uma diretoria regional e representações da entidade em 10 cidades de diferentes regiões do Estado. É através desses vice-presidentes que buscaremos saber quais serão as ações.
Contabilidade – A ideia também é ampliar as formações no Interior?
Levandovski – Com certeza. Buscaremos aumentar as parcerias no Interior para ouvir o que essas pessoas desejam e levar formação até elas. Temos também o Sescon Universitário que visa a aproximação com os profissionais em geral, mas, principalmente, com os jovens.
Contabilidade – Um projeto bastante importante na gestão anterior era o Gestão Pública Eficaz, que funcionava como um importante meio de aproximação com os contribuintes. Ele irá se manter?
Levandovski – Em um primeiro momento não temos como garantir totalmente, mas a ideia é que todos esses projetos tenham continuidade. Só que não sabemos, ainda, o quanto a gente pode fazer, por que precisamos respeitar a vontade do nosso associado e representado sem perder de vista nosso orçamento. Não temos certeza, mas o Gestão Pública Eficaz é uma das bandeiras mais caras para nós, uma forma de chegar à sociedade e levar o nome do Sescon-RS. Não podemos esquecer que passamos a integrar, desde o ano passado, a Fenacon, e, talvez, possamos fazer projetos com a participação da Fenacon.
Contabilidade – Atualmente, a filiação à Fenacon pode ser ainda mais importante ao Sescon-RS?
Levandovski – Sim, inclusive aproveito para informar que o Diogo Chamun já está compondo a nova chapa da Fenacon, única, como diretor de assuntos legislativos e política. A Fenacon representa os empresários contábeis em âmbito nacional, está onde está a sede da Receita Federal, o Congresso Nacional, onde estão sendo votadas as leis federais que atingem as empresas contábeis. É importante ter essa sintonia.
Contabilidade – No ano passado, uma novidade também impactou os sindicatos em geral. Teve fim o imposto sindical obrigatório e você assume em um momento de contenção de despesas. Como isso impacta o Sescon-RS e como a organização está se preparando para isso?
Levandovski – Tem um impacto grande, mas houve uma preparação. O Sescon tem uma representatividade muito forte e todas essas ações e agora temos de começar a usar esse reconhecimento. Talvez para mudar essa matriz de renda, que antes estava muito focada na obrigatoriedade do imposto e agora terá de mudar. Para isso, queremos aumentar o número de associados.
Contabilidade – Seria o caso de lançar uma campanha?
Levandovski – Sim, dentro das vice-presidências já está sendo feito um estudo para atrair mais associados e instituir preços diferenciados de acordo com as necessidades dos empresários. Muitas vezes, uma empresa menor não via tantas vantagens em ser associada ao Sescon-RS. Nosso desafio é buscá-las. Tem um volume grande de empresas que, às vezes, nem sabe que precisa do sindicato, mas ela sempre pode se beneficiar, seja de uma educação continuada ou da representação em uma negociação coletiva. É hora de recuperar essa poupança e começar a buscar esses associados, entender o que efetivamente eles precisam. Isso é o que estamos chamando de de Sescon do Seu Tamanho.
foto: CLAITON DORNELLES/JC