Trintões aliam experiência e conhecimento ao negócio

Davi Brandão

São Paulo – Três em cada dez brasileiros, entre 18 e 64 anos, possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio. Os dados da pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizado no Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) mostram que muitas pessoas no País veem no empreendedorismo uma oportunidade real de vida.

“Empreendedorismo é uma questão de ensinamento mútuo, um dia se perde e outro se ganha”, frisa a consultora empresarial da Alle ao Lado, Alessandra Ferreira ao destacar as oportunidades de negócios de empresários acima dos 30 anos. Ela explica que a realidade dos empreendedores é compartilhar conhecimento e o cenário atual é marcado pela busca de conteúdo. “Esse perfil de empresário detém da experiência e querem capacitar. Também podem arriscar mais no negócio. Isso pode ser trabalhado a favor do empreendedor”, pontua.

Em meio à revolução digital, as oportunidades no segmento de tecnologia respondem pelo impulso da veia empreendedora brasileira, com taxa que sai de 23%, para 34,5%, nos últimos dez anos. “Trata-se de uma modalidade com baixo valor de investimento e que não demanda tamanha infraestrutura. Os resultados são rápidos”, destaca.

Para o sócio-fundador do ViajaNet, Bob Rossato, a aposta em empreender se deu no momento certo. “Estava analisando diversas oportunidades. Já atuava no segmento do turismo e observei o crescente mercado, pois os brasileiros estavam conhecendo o exterior”, pontua.

Criada em 2009, a empresa se consolida entre as três principais do setor de atuação, com o embarque de 80 mil passageiros no ano passado. “Apostei em meus negócios e ideias. Tive meu foco, me dediquei e hoje estou realizado com isso. Fechei meu círculo de valores”, sintetiza.

Publicidade renovada

Com atuação no mercado publicitário desde os 20 anos de idade, o sócio-proprietário da agência iFruit, Sérgio Almeida, deu início a empreendedorismo com seus 36 anos, quando desenvolveu no País, uma empresa de comercialização de banners para o Facebook. “Pegamos o início da experiência dos brasileiros com a rede e quando tivemos o boom no país tivemos um crescimento fora do normal. Na época lançamos uma nova área de negócios para desenvolver aplicativos para a rede social”, diz.

“No Brasil os principais desafios é a compreensão da mecânica de como ser um empreendedor, como montar o seu negócio, a burocracia, as responsabilidades e seu próprio desejo”, revela. Ele confessa que teve um momento que pensou em desistir. “O mercado de startup é crescente e muitos acham que vão dar o ‘pulo do gato’ rapidamente e poucos conseguem se manter mais de dois anos”, afirma.

Diante de tantas evoluções, o executivo aposta nas celebridades e inova ao criar a primeira agência de “Celebrity Branded”.

“Percebemos que pessoas começaram a atrair muita audiência ao oferecer conteúdo. Se tornaram veículos ao serem grandes influenciadores”, diz o empresário que gerência cerca de 350 veículos de formadores de opinião e pessoas influentes, realizando intermédio entre marcas e famosos para engajamento de conteúdo no Twitter, Facebook, Instagram, blogs e sites. “Esse é o novo marketing de guerrilha”, finaliza o empresário que já desenvolveu mais de 200 projetos para 84 clientes como Vivo, Sadia, Renault, Negresso. Entre as celebridades que compõe a lista de clientes estão Paris Hilton, Miley Cyrus, Ana Maria Braga, Ronaldinho Gaúcho, entre outros.

Localização segura

“Na época não existia essa febre empreendedora como no atual momento”, lembra o proprietário do Grupo MXT, Gustavo Travassos que se tornou empreendedor no final dos anos 1990. “Tinha uns 30 anos e atuava como gerente de uma área de trade de exportação. Criei a primeira empresa em 1998 e quase fechei três meses após a abertura. Começamos a acertar dois anos após, com a vinda da GSM para o Brasil.

Com atuação no mercado de rastreamento, a empresa que iniciou com três funcionários, atualmente conta com um quadro de 220 colaboradores e uma oportunidade tamanha de mercado. “O mercado é potencial, pois somente 3% da frota de carros do País estão com rastreador. Mantemos um crescimento de 30% no último ano”, destaca o empresário.

“Hoje podemos ser agressivos no projeto estratégico, diferente de quando entramos no mercado, com um modelo empresarial com muito mais clareza. Isso desde a governança a área de recursos humanos”, confessa. “Os erros e acertos fazem parte da lição de empreender, por isso é muito desafiador. Importante é ter humildade, pois reflete nos negócios”, finaliza o empresário.

DCI

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